O que realmente eles querem?

 

Whatever Happens

O que realmente eles querem?

Hoje é dia de gravações, hoje será aqui em Neverland, estamos esperando a equipe de Bashir terminar de posicionar o seu equipamento... Marc Schafell havia ajudado Frank em um projeto e Frank o trouxe para fazer parte da equipe do Mike, tipo uma filmagem paralela...

Estamos andando pelo rancho, Michael mostra a Bashir seus animais, seu parque, sua "Giving Tree" (Árvore Generosa) ... Michael sobe na árvore e desafia o Bashir a subir, ele está morrendo de medo de subir hahaha, Mike está tão feliz por poder abrir seus portões e mostrar tudo que conquistou e criou, para dividir com quem ele ama...



Tudo está indo aparentemente bem, as vezes as câmeras são desligadas e conversamos informalmente, está anoitecendo e o meu pavor então acontece...

Estamos na sala conversando quando somos informados que os Arvizo estão no rancho, sinto meu corpo congelar, outra vez eles e o Bashir juntos no mesmo local e com o Mike, não definitivamente isso não é coincidência...

Definitivamente essa família me causa arrepios, em um momento chamo o Frank em um cantinho e peço que fique conosco em quanto os Arvizo estiverem no rancho...

Eles entram na sala onde estamos, e o Gavin e seus irmãos se sentam ao lado do Mike, eles o abraçam Michael pergunta como vão indo, na escola, pergunta ao Gavin como vai o tratamento, até que a Janet mãe dos garotos resolve se meter, perguntando se ele teria um minuto para falar com ela, o que essa mulher quer agora...?!

Michael assente com a cabeça, prontamente me ponho ao seu lado, obvio que não vou deixa-lo sozinho com essa naja, ao chegarmos no escritório...

- algum problema Janet? – Michael pergunta...

- é... sim Michael, como te falei aquele dia no hospital, estamos com muitos problemas financeiros – eu não estou acreditando que essa cobra, veio até nos para pedir dinheiro – penso...

- ok Janet e deque precisam? – Mike pergunta...

- bom pensávamos que poderíamos ficar aqui até, podermos voltar para casa, pois não estamos podendo mais pagar o aluguel e a locomoção também está muito difícil e aqui seu motorista poderia nos levar onde quiséssemos, como da última vez em que ficamos aqui...

Em um movimento involuntário, diante da apreensão que me encontro, apertei a mão do Mike com tanta força que o fez olhar para mim, o que foi bom pois acho que ele leu minha mente...

- bem Janet, vocês podem ficar hoje, vou conversar comeu pessoal e amanhã resolveremos o que fazer para acomodar vocês ok...?

- tudo bem, se você diz que resolverá eu acredito...

- ótimo podemos voltar para a sala agora...

Que mulherzinha cara de pau, juro que se não fosse pela imagem do Michael, eu socaria a cara dela...

Voltamos para a sala e seguimos conversando, e o Mike diz ao Frank que precisa conversar com ele, as gravações do dia acabam, Bashir e sua equipe estão se arrumando para ir embora então ele diz...

- Michael, já que os Arvizo estão aqui amanhã, poderíamos entrevistar eles, seria uma ótima oportunidade para que contem como você os ajudou...

- eu não sei se é mesmo uma boa ideia, amanhã vemos isso ok...

Depois que todos se foram, os Arvizo estão acomodados no chalé, estamos eu Mike, Frank e as crianças na sala brincando de quem sou eu, em quanto esperamos o jantar ser servido, entram Janet e seus filhos...

- Janet, aconteceu alguma coisa...? – Michael pergunta espantado, com a entrada repentina da família...

- não, nada, viemos apenas para o jantar...

- mas o jantar de vocês não foi servido no chalé? – pergunto já sem paciência...

- ahh, aquilo era o jantar? Hambúrgueres e batatas fritas? Isso não é jantar, pensei que fosse um lanche, antes do jantar...

- mas foi o que seus filhos pediram para jantar – digo me levantando já alterada, Michael e Frank se levantam junto comigo, Michael segura minha mão...

- mas eles são crianças e não devem ser consultados sobre o que devem comer, não escolhem coisas saudáveis, principalmente o Gavin...

- escut... – Michael me interrompe já prevendo minha reação... – ok Janet, eles pediram diretamente a mim e achei que uma vez apenas não faria mal...

- tudo bem, o que vocês vão jantar...? – ela insiste...

- escargot – digo, Michael faz um ar de riso, sabe que é mentira...

- arrrgg, aquelas lesmas...?

- sim – respondo...

- ah não, obrigada, vamos dormir, espero que o café seja melhor amanhã...

Eu e o Mike nos olhamos com a boca aberta e os olhos arregalados, em sinal de espanto, eles saem e não podemos acreditar no que acabamos de ouvir, começamos a rir da situação...

- ela é muito sem noção, inacreditável... – diz o Frank também boquiaberto...

- ela está bem pior que dá última vez que estiveram aqui, Frank você ainda tem o número do apartamento que os instalamos da última vez?

-sim, tenho sim...

- ligue o quanto antes por favor....

- ok Mike, pode deixar...

Somos por fim avisados que o jantar está servido e vamos comer para esquecer o ocorrido, mas infelizmente foi o tema do jantar, oh Deus até quando...!

Após o jantar, subi para pôr as crianças na cama, em quanto o Mike acertava os detalhes de algumas coisa sobre os Arvizo com o Frank, ele termina de conversar com o Frank e sobe para dar boa noite as crianças, fazemos todo o nosso ritual noturno, conversas, cócegas, historias e beijos de boa noite, as crianças adormecem e nós vamos para o nosso quarto...

- Mike você vai mesmo incluir essa família no documentário...?

- ahh baby, sabe que eu estava pensando nisso, eu sei que você acha que não seria legal, mas que mal poderia trazer, essas crianças falando sobre mim na entrevista?

- Mike as crianças nada, o problema é a mãe delas...

- é, isso eu sei, mas vamos ver amanhã o que acontece...

- Mike lembra da confusão da última vez que estiveram aqui, pediram dinheiro, levaram até um carro e agora dizem que estão com problemas de locomoção outra vez? E o que fizeram com o carro...?

- bem isso eu não te contei, ela e o David, o pai dos meninos venderam o carro, disseram que precisaram comprar umas coisas de emergência, que não conseguiram entrar em contato comigo e venderam, na época eu não me importei, o Gavin estava melhorando e se foi para o benefício dele, eu até achei louvável, eles procurarem uma solução rápida para resolver o problema, só que...

- só que – eu falei o interrompendo – aqui está ela novamente, usando o filho que está bem melhor, praticamente curado, em benefício próprio, porque o que ela quer é estar em Hollywood, perto das estrelas, lembra a história que o Frank nos contou do shopping...

- humm, lembro sim – ele diz cabisbaixo...

- amor vem aqui, não fica assim ok, vamos ver o que acontece amanhã como você diz, mas fique sabendo que eu estou de olho e se ela tentar aprontar junto com esse Bashir, eu vou escorraçar todos daqui...

- hahahaha, não sei para quê, eu tenho todos esses seguranças nos protegendo, se eu tenho você, minha "dona encrenca" ...

- ah por você meu amor, por nossa família, eu viro bicho mesmo...

- hum vem aqui "delícia" – ele diz em português, soa mais ou menos como "delichia" é a coisa mais linda do mundo, quando ele tenta falar em português, meu coração se desmantela todinho 

Ele fica deitado de lado, apoiado em seu braço esquerdo, acariciando meu rostocom a mão direita... Ele me beija, me olha, fica um bom tempo me olhando, passando a mãos em meus cabelos...

- não olha muito não que você pode mudar de ideia – digo...

- nunca isso vai acontecer, estou pensando justamente o contrário, tenho medo que um dia algo muito sério aconteça e você se arrependa ou ache muito pesado para você e decida me deixar, eu morrerei nesse dia, você é minha metade, é meu porto seguro, minha calmaria, mesmo sendo encrenqueira – rimos – você é o que há de melhor em mim, eu nunca canso de agradecer a Deus de ter colocado você em meu caminho, eu te amo muito...

- ahhh amor, vai me fazer chorar assim, você que é tudo isso e muito mais na minha vida, eu nunca vou te largar, lembra dos meus votos? Não importa o que aconteça, nem que você queira, eu vou soltar a sua mão, a não ser.... que apareça uma certa francesa... desenterrada do quinto dos infernos, aí você está ferrado... – risos...

- como assim? Quem? Não conheço nenhuma francesa....

- hummm, melhor assim, esquecido mesmo – mais risos... – eu te amo Mike, muito – falo beijando seus lábios de leve...

- eu te amo mais – ele fala pausando cada palavra, separadas por selinhos...

Fizemos amor, cheio de ternura, calma e cumplicidade, quando terminamos, ficamos abraçados, conversando sobre coisas bem aleatórias tipo, Santos Dumont e os "Wright Brothers", eu com minha teoria e ele com a dele, ele ama, morre de rir, fiquei acariciando seu braço envolta da minha cintura, sentindo sua respiração em meu pescoço e adormecemos...

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